Folar de Olhão

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No nosso país, existem diversos tipos de folar, dos doces aos salgados, cuja receita varia consoante a região em que nos encontramos. Hoje, vamos mostrar-lhe como pode fazer um saboroso folar de Olhão, uma versão doce desta nossa iguaria, que cativa todos os que o provam pelo seu toque aromático, dado pela canela.

Servido simples ou com uma bebida a acompanhar, este folar cai sempre bem, mesmo que fora da época da Páscoa. E, como a sua preparação não é propriamente complicada (apesar de demorar um pouco, devido aos tempos em que o folar vai a levedar), temos a certeza de que vai querer repetir a receita de folar de Olhão muitas mais vezes.

Folar de Olhão: saiba mais sobre a canela

É um dos ingredientes que destaca o folar de Olhão dos demais e lhe dá o seu aroma e sabor aromáticos e cativantes. Mas será que conhece a história desta especiaria?

A canela é considerada uma das primeiras especiarias comercializadas no mundo antigo. Há muitas referências bíblicas a esta especiaria e é mencionada na Bíblia pela sua palavra hebraica, kannamon, em Salmos, Provérbios, Ezequiel e Revelações.

A canela era considerada tão valiosa nessa altura que era igual ao ouro e ao marfim. Era considerada como uma prenda adequada para os monarcas e para os deuses. Os antigos egípcios utilizavam a canela como parte dos seus rituais de embalsamamento. Os médicos da Idade Média utilizavam a canela para ajudar a tratar constipações e doenças da garganta, como a tosse, a rouquidão e as dores de garganta.

As jangadas indonésias transportavam a canela numa “rota da canela” para a África Oriental, onde os comerciantes locais a levavam para norte, para o mercado romano. Os comerciantes árabes traziam a especiaria através de rotas comerciais para o Egipto, onde era comprada pelos comerciantes venezianos de Itália, que detinham o monopólio do comércio de especiarias na Europa.

No início do século XVI, os comerciantes portugueses chegaram ao Ceilão (Sri Lanka), onde esta especiaria estava a crescer e que era o maior produtor de canela na altura. Assumiram o controlo da área e iniciaram o seu próprio monopólio sobre a especiaria. Estabeleceram um forte na ilha em 1518 e protegeram o seu controlo sobre este valioso produto durante mais de cem anos.

Durante o século XVII, os holandeses assumiram o controlo da ilha de Ceilão e o monopólio do comércio. Quando, mais tarde, souberam que existiam árvores de canela ao longo da costa da Índia, certificaram-se de que estas eram destruídas, a fim de preservar os seus elevados lucros com esta especiaria. Eventualmente, o monopólio holandês sobre a canela desapareceu porque o mundo descobriu que podia cultivá-la com sucesso noutros locais. Atualmente, a canela é cultivada na América do Sul, nas Índias Ocidentais e noutros climas tropicais.

O aroma picante da canela realça tanto os alimentos doces (como este folar de Olhão) como os salgados. Encontrará canela em cozinhas de todo o mundo e o seu sabor arrojado e distinto acrescenta profundidade a muitos pratos. As possibilidades de utilização desta especiaria são quase infinitas. Pode ser utilizada em sobremesas e doces, como pães, bolachas e tartes e, claro, no folar de Olhão. É um complemento maravilhoso para bebidas como chá, cidra, cacau quente e café. A canela é também um bom complemento para carnes como a de vaca, porco, frango ou borrego.

Faça esta nossa receita de folar de Olhão em sua casa e prepare-se para uma explosão de sabor. Bom apetite!

Folar de Olhão

Um folar com um sabor doce e agradável
Preparação 45 minutes
Cozedura 50 minutes
Total 1 hour 35 minutes
Refeição Doces
Cozinha Portuguesa

Ingredientes
  

  • 500 g de farinha
  • 25 g de fermento
  • 60 g de banha
  • 50 g de margarina
  • 50 ml de licor de laranja
  • Sumo de 1 laranja
  • 1 colher de chá de sal
  • 75 ml de água
  • 50 g de margarina amolecida para as camadas
  • 125 g de açúcar amarelo
  • 1/2 colher de sopa de canela em pó

Preparação
 

  • Numa panela, misture a água, a banha, a margarina e o sal. Deixe as gorduras derreterem, sem que, no entanto, aqueçam demasiado.
  • Num recipiente, coloque a farinha. Abra um buraco no meio desta e junte-lhe o fermento, o licor, o sumo de laranja e a mistura que está na panela. Amasse para envolver tudo.
  • Polvilhe uma bancada com um pouco de farinha e transfira a massa para lá. Amasse bem, durante aproximadamente 5 minutos, até que a massa se comece a desprender das suas mãos.
  • Forme uma bola com a massa e volte a colocá-la no recipiente. Tape com um pano de cozinha e deixe levedar num lugar morno, até que duplique de volume.
  • Volte a amassar a sua massa, forme uma bola e corte cerca de dez fatias, com tamanhos similares.
  • Com cada pedaço de massa, forme uma bola e estenda-a até ao tamanho da sua forma.
  • Forre uma forma com fundo amovível com papel vegetal. Unte o fundo e as paredes com manteiga, e coloque o primeiro círculo de massa por cima.
  • Pincele com a manteiga derretida e polvilhe com a mistura do açúcar mascavado e da canela. Repita para todos os círculos de massa.
  • Leve novamente a levedar até dobrar de volume.
  • Aqueça o seu forno a 175ºC. Quando estiver quente, leve o folar ao forno durante aproximadamente 50 minutos. Desenforme e deixe arrefecer antes de servir.

Dicas

  • Se não quiser utilizar licor de laranja na receita, pode usar a mesma quantidade de sumo de laranja.
  • Pode substituir o açúcar mascavado, usado nas camadas de massa, por açúcar branco.
  • A massa deverá levedar num sítio com temperatura estável e quente, para que o processo corra bem.
  • Se, enquanto estiver no forno, o folar começar a queimar no topo, cubra-o com um pouco de papel de alumínio e deixe cozer o restante tempo indicado.
  • Trabalhe a massa de dentro para fora, ou seja, do buraco que criou na farinha para as bordas.
  • Se a sua massa estiver muito líquida, pode engrossá-la usando farinha.
  • O tempo de preparação do folar depende do seu forno, pelo que deverá estar atento ao processo de cozedura.
 

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